Viajar de Nova York a Paris em apenas 3 horas e 30 minutos. Esse era o tempo de voo do Concorde, o lendário avião supersônico que cortava os céus até ser aposentado em 2003.
Agora, mais de 20 anos depois, uma startup quer trazer essa realidade de volta – e com um detalhe crucial: promete fazer isso de forma mais acessível e eficiente do que nunca.
A Boom Supersonic, fundada em 2014 e baseada em Denver, nos Estados Unidos, aposta na volta dos aviões comerciais supersônicos. A empresa deu um passo decisivo nessa missão na última semana, quando seu protótipo XB-1 rompeu a barreira do som pela primeira vez. Foi o primeiro jato civil desenvolvido de forma independente a atingir essa marca desde o Concorde.
O plano da Boom é ambicioso: construir o Overture, um avião comercial que voará a Mach 1.7 (cerca de 2.100 km/h), reduzindo drasticamente o tempo de viagens internacionais.
Grandes companhias já apostam na ideia. A United Airlines encomendou 15 aeronaves, com opção para mais 35. American Airlines e Japan Airlines também fecharam acordos, elevando as encomendas e intenções de compra para mais de 130 unidades.
“O sucesso do XB-1 mostra que estamos no caminho certo”, afirmou Blake Scholl, CEO e fundador da Boom. “Mas agora é hora de escalar essa tecnologia para trazer o supersônico de volta à aviação comercial.”
A meta da empresa é começar a fabricar o Overture em 2025 e realizar o primeiro voo em 2026. Se tudo correr como planejado, passageiros poderão embarcar em voos supersônicos comerciais já em 2029.
Como será o Overture?
O Overture será um avião com capacidade para 64 a 80 passageiros, pensado para rotas transoceânicas. A Boom projeta um alcance de 7.871 km, o suficiente para conectar cidades como Miami e Londres ou São Paulo e Lisboa em menos de cinco horas.
A estrutura do avião será feita com compósitos de fibra de carbono, garantindo leveza e aerodinâmica avançada. Diferente do Concorde, o Overture terá quatro motores Symphony – desenvolvidos pela própria Boom – e um design pensado para reduzir o impacto sonoro ao ultrapassar a barreira do som.
Outro diferencial é a eliminação do nariz móvel, presente no Concorde para facilitar a visibilidade dos pilotos. Em vez disso, o Overture adotará um sistema de visão aumentada para pouso e decolagem.
Desafios pelo caminho
Apesar dos avanços, o caminho até o retorno dos voos supersônicos comerciais ainda tem obstáculos. O principal é a regulamentação. Hoje, os Estados Unidos proíbem voos civis supersônicos sobre terra por causa do ruído. A Boom pretende contornar isso operando em velocidade subsônica sobre áreas habitadas e acelerando apenas sobre o oceano.
Outro desafio é o custo operacional. O Concorde teve sua carreira encerrada, entre outros motivos, pelos gastos elevados com combustível e manutenção. A Boom promete um modelo mais eficiente, utilizando combustíveis sustentáveis para reduzir custos e o impacto ambiental.
A questão técnica também pesa. O desenvolvimento de motores supersônicos é complexo e caro. Inicialmente, a Boom planejava trabalhar com fornecedores tradicionais, mas em 2022 decidiu desenvolver o motor Symphony internamente.
“As pessoas nos chamaram de loucos, mas percebemos que era a única maneira de termos controle total da tecnologia”, disse Scholl.
O futuro da Boom e da aviação supersônica
Com investimentos que já ultrapassam 700 milhões de dólares e uma fábrica em construção na Carolina do Norte, a Boom Supersonic se posiciona como líder no renascimento da aviação supersônica comercial. A empresa enfrenta concorrência de startups como Spike Aerospace e Hermeus, além de projetos experimentais da NASA.
O sucesso dos testes do XB-1 colocou a Boom um passo à frente nessa corrida. Mas a aposta da empresa vai além da velocidade. “Não é só sobre voar rápido, é sobre conectar o mundo de forma mais eficiente”, diz Scholl.
Se a startup cumprir suas promessas, o som do boom supersônico poderá voltar a ser parte do dia a dia da aviação comercial – desta vez, para ficar.
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(1. Apple (-3% – US$ 488,9 bilhões))
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(2. Microsoft (+11% – US$ 352,5 bilhões))
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(3. Amazon (+8% – US$ 298,1 bilhões))
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(4. Google (+12% – US$ 291,3 bilhões))
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(6. Samsung Group: valor da marca de US$ 110,6 bilhões)
6/10
(6. Toyota (+13% – US$ 72,8 bilhões))
7/10
(7. Coca-Cola (+5% – US$ 61,2 bilhões))
8/10
(8. Mercedes-Benz (-4% – US$ 58,9 bilhões))
9/10
(9. McDonald’s (+4% – US$ 53,0 bilhões))
10/10
(10. BMW (+2% – US$ 52,0 bilhões))