O MB Startups, plataforma criada pelo Mercado Bitcoin (MB), está transformando o mercado de investimentos em startups no Brasil. Inspirada em modelos internacionais, a iniciativa conecta investidores pessoa física a empresas privadas, oferecendo oportunidades antes acessíveis apenas a grandes fundos institucionais.
A plataforma funciona como uma espécie de “bolsa de startups”. Investidores podem adquirir participações em empresas por meio de ativos tokenizados, com aportes mínimos que começam em 100 reais. A proposta busca democratizar o acesso a esse mercado, resolvendo dois desafios históricos: a falta de liquidez e as altas barreiras de entrada.
“Queremos ser um ambiente onde investidores, empreendedores e veículos de investimento possam se encontrar. Para isso, criamos uma estrutura com padronizações e governança que garantem segurança para todas as partes”, diz Reinaldo Rabelo, CEO do MB.
O que são os ativos tokenizados
Ativos tokenizados são frações digitais de um ativo físico ou financeiro. No caso das startups, esses tokens representam participações societárias ou direitos econômicos de empresas. A tecnologia blockchain é utilizada para registrar e garantir a integridade das operações.
“A tokenização permite que investidores aportem valores a partir de 100 reais, algo inviável no formato tradicional. Essa tecnologia substitui papéis físicos e contratos jurídicos complexos por registros digitais seguros, facilitando todo o processo”, afirma Rabelo.
Além de reduzir custos e aumentar a transparência, a tokenização permite liquidez. Investidores iniciais podem negociar suas participações em rodadas posteriores, como ocorreu na operação com a fintech Asaas, tokenizada pelo MB Startups.
“Essa tecnologia transforma a experiência de investir em startups. No caso da Asaas, conseguimos entregar retorno de mais de duas vezes o valor investido em pouco mais de um ano. Isso mostra o potencial do modelo”, diz o CEO.
Os números da MB Startups
Desde sua criação, o MB Startups movimentou 66 milhões de reais em 23 ofertas. Apenas em 2024, a plataforma originou mais de 80 milhões de reais e distribuiu 25 milhões de reais em retornos aos investidores.
O caso mais emblemático foi a operação com a fintech Asaas. O MB tokenizou um veículo de investimento da Escala Capital, com 26 milhões de reais alocados na startup. A estrutura permitiu a saída de investidores anjo e a entrada de novos participantes, com valorização superior a 100%.
Além disso, a plataforma firmou parcerias estratégicas, como a realizada com o GV Angels, que busca viabilizar 50 milhões de reais em investimentos. Outra iniciativa de destaque foi o lançamento do token STOCCO1, em parceria com Guga Stocco, permitindo aportes mínimos de 1.000 reais em um portfólio de startups.
“Estamos criando um ecossistema onde pequenos investidores têm acesso a grandes oportunidades. Em um ambiente tradicional, isso seria praticamente impossível”, diz Rabelo.
A história do Mercado Bitcoin
Fundado em 2013, o Mercado Bitcoin começou como uma exchange de criptomoedas. Criada por Leandro Cesar e posteriormente adquirida pelos irmãos Chamati e Rodrigo Batista, a empresa cresceu com a popularização do Bitcoin no Brasil.
Em 2018, Reinaldo Rabelo assumiu como CEO para liderar a diversificação dos negócios. Hoje, o MB atua em três frentes principais: negociação de criptoativos, tokenização de ativos e investimentos em startups.
“A gente começou como uma exchange, mas nos tornamos muito mais do que isso. Hoje, somos um banco digital, uma gestora e uma plataforma de investimentos em ativos tokenizados”, diz Rabelo.
Em 2021, a empresa recebeu um aporte de 200 milhões de dólares do SoftBank, tornando-se o primeiro unicórnio de criptomoedas da América Latina. Atualmente, são 4 milhões de clientes cadastrados.
Os planos para o futuro
Para 2025, o MB Startups planeja movimentar mais de 1 bilhão de reais em ativos tokenizados, com pelo menos 100 milhões de reais destinados a startups. A meta é consolidar a plataforma como referência em investimentos privados no Brasil e ampliar o portfólio de startups e setores atendidos.
“Queremos criar um mercado mais eficiente e acessível, que conecte investidores e empreendedores de forma simples e segura. O desafio agora é escalar essa operação e educar o ecossistema sobre as vantagens desse modelo”, diz Rabelo.
Entre os próximos passos, estão a expansão das ofertas privadas e o fortalecimento de parcerias com fundos e aceleradoras. Além disso, a empresa pretende atrair investidores institucionais e diversificar o portfólio com novos ativos e tecnologias.
“A ideia é levar a tokenização para todos os setores relevantes da economia. Estamos apenas no começo de uma transformação que vai impactar o mercado de capitais no Brasil”, afirma Rabelo.
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